Protesto
Moradores da Estrada do Engenho fazem manifestação em frente à prefeitura
Com cartazes "Estrada do engenho resiste" e "Terreno não é moradia", afetados pela desocupação da área protocolam pedido de informação junto ao Executivo
Gabriel Huth -
Desde as 10h desta terça-feira (17) um protesto movimentou entre 40 moradores da Estrada do Engenho até a frente da prefeitura de Pelotas, na praça Coronel Pedro Osório. Também conhecida como vila Dique, entre Clube Veleiros Saldanha da Gama e o engenho Pedro Osório, o local abriga 72 famílias que devem ser removidas. A Vila ocupa área de preservação permanente e é considerada de risco.
Virlei Pereira, 53, presidente da associação de moradores, foi até o gabinete da prefeita, Paula Mascarenhas, em busca de um diálogo a respeito do futuro dos habitantes. Foi protocolado um pedido de informação sobre o processo de desocupação. O grupo diz que a administração municipal não estabeleceu nenhuma forma de conversa com as partes envolvidas e que a nova moradia das famílias é incerta.
"Estamos reunidos para ter uma resposta. O povo tá cansado de tanta promessa. A gente quer saber verdadeiramente qual é a solução certa", reivindica Virlei, que afirma que a população afetada não sabe para qual área será realocada. As opções, diz, seriam o bairro Getúlio Vargas ou a região do Clube Veleiros. Mas, acima de tudo, a preocupação é com a aquisição de uma moradia digna. "Não nos dizem se vai ter infraestrutura. O povo não é bicho pra tirar dali e colocar em qualquer lugar. São pessoas trabalhadoras, que vivem da pesca ou da reciclagem", argumenta.
A associação também pede revisão do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que estabeleceu em novembro de 2016 um prazo de 12 meses para a remoção. Uma audiência com o Ministério Público e prefeitura está marcada para as 14h. Segundo Liana Coll, que assessora o grupo, esse será o primeiro espaço de diálogo com a comunidade. Os manifestantes estão se dirigindo para o MP.
O procurador geral do município, Nadison Hax, esclarece que a prefeitura disponibilizou aos moradores do Engenho lotes no Getúlio Vargas, mas apenas uma família aceitou a ideia. Outra possibilidade é a reversão de posse, por parte da prefeitura, de um terreno doado para o Veleiros Saldanha da Gama, próximo ao dique da Estrada do Engenho. Para isso, a administração municipal precisaria de recursos.
A principal preocupação dos moradores é com a garantia para a construção das residências nos lotes doados. Segundo o procurador geral do município, no momento, a prefeitura não poderia prestar nenhum auxílio neste sentido, devido a dificuldades financeiras. Novas reuniões foram marcadas entre moradores e o gabinete da administração municipal. A determinação do Ministério Público é de que até março as famílias sejam realojadas.
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